Em todos os naufrágios há um assim
Mal se percebe tanto desamparo
o corpo é triste e desalinho
Tábuas quebradas e escuras
Trincheiras naufragadas
Um frio lá dentro maior que um Inverno com sabor a permanente
Podias ser flor e marca registada
vereda rio baloiço
e estrada
Podias ser janela
ser portada
E esta mágoa sem nortada arrasa
(assim contada)
a impossível relva
despontada
As minhas mãos estão geladas
e não de vento
- não de tempestade.
Cuidado.
Rui A.
Publicado em 9 de Maio de 2012