Nas viagens que fiz Vi pessoas, com ares e olhares provocantes Sentei-me em lugares e espaços vazios de ti Olhei saltimbancos, mesteirais e tantos outros… E procurei, em desespero, a palavra que sou eu. Vivi momentos onde o castigo da ausência Me agarrouàquele chão, àquela terra E onde, na verdade, qualquer orgulho feito de lama Foi a minha estrada, o meu caminho e cada gesto ateu dos outros foi o meu altar Onde te procurava, em vão, e prosseguia, fazendo de meu cúmplice, o chão. Nas viagens que faço Naquelas onde o caminho nem sequer parece sinuoso Mascaro-me com aquilo que os outros não vêem E tento apanhar a última sílaba de mim. Procuro-me nas ruas e vielas deste lugar E daquele outro lá mais à frente Estranho os passos estranhos que dou E procuro, assim, eternecer a minha noite Mas nem sempre gosto deste sargaço vizinho… Preferia sonhar com a lua, como em criança E ficar lá, para outras aventuras. Nas viagens que ainda farei Não procurarei equações bizarras, teoremas complicados Nem farei teses de doutoramento sobre as palavras Procurarei, isso sim, Sorrisos em caleidoscópio, Almas magenta, E gestos de prata … Serão estes Poderes que me elevarão às Alturas e farão de mim, ave. V.G.