Entre livros em profundo desarrumo, em não contáveis serões diurnos, nos dias inverticais, sem prumo ou compasso (dias de tempo lasso), penso em são Petersburgo, ali a um passo Dizem que existe, lugar assim, onde os dias cosem, por dentro, como um beijo, esem embaraço. Sem aleijar. Já a minha avó me chamava russo És o meu russo, dizia, como quem faz uma festa(e fazia), com os seus lindos olhos claros, de fio e costura. És o meu russo, mais ninguém o é - assim dizia, com os olhos que foram também de minha mãe - que de mim tudo sabia, p’ra lá do que acontecia E é bem verdade, a haver verdade; Quem busca coincidências sempre as encontra ainda que seja cedo ou tarde. E dizem, como facto assente, (com o possível rigor das coisas que podem ser ditas) que esse lugar existe - e lá está o perto. São Petersburgo, onde riem os russos Rui A.