Nem sempre fácil a primeira linha Difícil normalmente escrever com a mão esquerda e ainda mais quando se é destro Difícil quase sempre tesourar direito mesmo para quem é hábil com ambas as mãos e dependendo do claro do corte Difícil beber lisuras na palavra amor Sobretudo passado algum tempo e brigas várias Difícil e mais que difícil estúpido mais que um pouco partir sem olhar para trás sabendo que há um horizonte nem sempre cumprido Que levamos connosco nos senhores dos passos que fazemos adiante Difícil perceber a falta de uma razão inteira mesmo na presumida admissão de um erro Difícil admitir a natural errância de um destino por fazer Mais que difíceis pouco suportáveis as noites em claro sem um corpo que espere e descanse mesmo se apenas a certeza do nosso Difícil crescer difícil aguentar Difícil manter um azul mundo nos olhos dos mundos complicados Difícil não ser fácil difícil ser simples Difícil acabar nem que seja apenas e só um texto despido de talento E do mais Rui A.