Nós contamos a eles os mitos de outros Sentados ao redor da velha, imponente nau E à mesa da nau, que fora despachada Dalgum porto distante. O despenseiro chegou em busca das cartas À espera de notícias de um porto próximo Mas, como o vinho que bebêramos cedo demais, Nossos corações estavam com a nau Onde afinal nossa mesa fora posta. Parte de nossa atenção concentrava-se Na tempestade a flagelar-nos como se a chuva Pudesse sobrepujar a presença de outros E da velha devoção no discurso do capitão. O capitão preferia antigos modelos de exórdio Àqueles que eram curtos E interceptara a carta do despenseiro Durante o seu próprio discurso inicial, Abreviado com loas à companhia dona da nau. Ele acusou-nos de sermos velhos e alcoólatras E de deixarmos bigodes que se enroscavam No sal do mar em que navegávamos Se ao menos pudéssemos deixar o porto. Bernadette Mayer, trad. Ricardo Domeneck