“So you think salvation lies in pretending?” Paul Bowles estou entregando o cargo onde é que assino retorno outros pertences um pavilhão em ruínas o glorioso crepúsculo na praia e a personagem de mulher mais Julieta que Justine adeus ardor adeus afrontas estou entregando o cargo onde é que assino há 77 dias deixei na portaria o remo de cativo nas galés de Argélia uma garrafa de vodka vazia cinco meses de luxúria despido o luto na esquina um ovo feliz ano novo bem vindo outro como é que abre esse champanhe como se ri mas o cavaleiro de espadas voltou a galope armou a sua armadilha cisco no olho da caolha a sua vitória de Pirro cidades fortificadas mil torres escaladas por memórias inimigas eu, a amada eu, a sábia eu, a traída agora finalmente estou renunciando ao pacto rasgo o contrato devolvo a fita me vendeu gato por lebre paródia por filme francês a atriz coadjuvante é uma canastra a cena da queda é o mesmo castelo de cartas o herói chega dizendo ter perdido a chave a barba de mais de três dias vim devolver o homem assino onde o peito desse cavaleiro não é de aço sua armadura é um galão de tinta inútil similar paraguaio fraco abusado soufflé falhado e palavra fútil seu peito de cavalheiro é porta sem campainha telefone que não responde só tropeça em velhos recados positivo câmbio não adianta insistir onde não há ninguém em casa os joelhos ainda esfolados lambendo os dedos procuro por compressas frias oh céu brilhante do exílio que terra que tribo produziu o teatrinho Troll colado à minha boca onde é que fica essa tomada onde desliga Hilda Machado