Não me cinjas a voz não me limites não me queiras assim antecipado Eu não existo onde me pensas Eu estou aqui agora é tudo Esta causa Que me retoma Em cada dia Age na esperança Em que respira Esta necessidade De estar vivo No círculo em que se fecha o que em mim respira há um suicídio de memórias que não cabem no que em mim existe Já fui longe demais matando-me nas pedras que atiro contra mim sentindo o que não sei Há por aí alguém que queira vir comigo atrás do que seremos quando tivermos sido? O que resta de nós Dorme a noite invisível Que ainda nos sobra O que me cansa é o diabo da esperança O que ficará de mim nos restos digitais do tempo quando chegar o fim de que me ausento João Apolinário