As pessoas infelizes Carregam o peso de si mesmos Às costas, vestem sobretudos Cinzentos e carregados com ironias da vida, Polem os sapatos como se nem calçados estivessem E com o vento de uma qualquer noite invernosa Saem para se olhar no espelho das pedras da rua. As pessoas infelizes não gostam de Não ser infelizes, a sua miserabilidade é Alimento na alma e no devir de si mesmos. Gostam, querem, precisam e disso fazem espectáculo mórbido, clássico De ser especiais só por serem infelizes. As pessoas infelizes Não são especiais ou diferentes, São, apenas, infelizes. Violante Grilo