Esta foi já a minha casa, era eu outro Nem mais esperto, louro ou feliz Apenas outro e já então bastante usado Entre paredes razoáveis costumeiras Tão inteiras e partidas quanto eu Não lembro se havia janelas Diz-me a lógica que sim Mas já então falava de mim, hábito meio parvo Um dia há-de a memória trazer-me um retrato A completar figura, sempre Passado, o tempo útil de ser Figura Talvez retoque então a memória o quadrado truz-truz aqui estou Assim seja a lembrança mais simpática que o costume. Nunca se sabe, e já que disso falo, Como quem fala de nada, convém Nomeadamente lembrar Desta a minha casa, em vários tempos O abrigo, por vezes mais que isso E depois há sempre o voluntariado (o senhor dos anzóis nos guarde e proteja) Ou um olhar atento A lembrar a casa ou falta dela Na pele de quase impossíveis poetas No escrever as coisas Nada como falar de nada No gume da noite Rui A.