Minha praia ardorosa e solitária aberta ao grande vento e ao largo mar tu me viste querer-lhe com a doce piedade das sombras do luar teus cabos se adiantam como braços para abraçar as ninfas receosas que fugindo oferecem sobre as vagas suas nítidas formas amorosas braços paralisados por desejo que o mundo e sua lei não permitiu ou suspendeu amor que livre jogo maior que posse em fugaz tempo viu e como vós me alongo e como tu areia me ofereço a toda sorte por sua liberdade ou por destino que por só dela seja belo e forte. Agostinho da Silva