Das Tantas Cores
Estava um dia daqueles de se pôr formidável,
facilmente se percebia já
no tom e na maneira da manhã
daquele Fevereiro ainda meio
E apetecia levantar rapidamente
como aliás sucedeu, aí pelas
sete e quarenta e cinco exactas
sem prolongar o toque o apito
a evitar notícias porcas e avisos sobre o tempo
que pousava à janela
Com a genica própria dos dias úteis e
totalmente aperaltado, como sempre, para
aquela pequena moça sempre tão linda tão gentil
passeando na luz eterna dos sete anos
(que são também a minha idade)
as brancas alamedas e as margens todas,
levando nas ruas consigo e comigo
inteiras partes da Cidade
A vida num repente vida e tudo um jogo
uma amável brincadeira
E se o relógio parasse agora, no primeiro dos segundos,
neste tempo em atenta ou mais ou menos suspensão,
trovoadas que houvesse, daquelas que chateiam
qualquer bichano qualquer cão
fariam também desta hora uma hora outra e não qualquer
e do tempo em altura o momento, de ser
feliz
Rui A.
Publicado em 18 de Fevereiro de 2013