E tu esperas, aguardas a única coisa que aumentaria infinitamente a tua vida; o poderoso, o extraordinário, o despertar das pedras, os abismos com que te deparas. Nas estantes brilham os volumes em castanho e ouro; e tu pensas em países viajados, em quadros, nas vestes de mulheres encontradas e já perdidas. E então de súbito sabes: era isso. Ergues-te e diante de ti estão angústia e forma e oração de certo ano que passou. Rainer Maria Rilke, trad. Maria João Costa Pereira