E se de repente me aparecesses pousava a caneta onde calhasse, repousava caracóis no braço que guardasses nesse teu braço tão teu tão largo e tão musical E não queria escrever, nunca nunca mais mais que pequenas fábulas muito pouco vaticanas em suma bastante mais que morais como a do Corsário Negro até às pontas que como é sabido pouco ou nada descansou e povoou de miragens várias mistas donzelas belas raparigas nem todas venezuelanas Se de repente me aparecesses voltava mais que súbito repentino e prestes ao quarto de menino ainda jovem meio quieto nos olhos da viagem Se de repente me aparecesses inventava histórias mil nomeadamente em palavras curtas as caladas nos filhos que não tive Se de repente me aparecesses povoava num repente as pedras de todas as calçadas e seria finalmente mais certamente muito mais plural no mais singular de todos os verbos E em muitas muitas linhas te pedia como peço conta-me histórias e aventuras dá-me pianos que o que mais quero agora é mais que isso e, como tão bem sabes, é feito de silêncio Vem Rui A.