Que a frenética poesia me perdoe se a um baço rumor levanto o laço, pois que verso não há onde não soe a música discreta doutro espaço. Horizonte do verso é a dureza: já mansidão não cabe neste olhar que se pousa na faca sobre a mesa e aprende nela o fio do seu cantar. Mas se olhar nela pousa, como corta? E se as palavras sabemos retomar, quem nos devolve a chave dessa porta onde a herança está por encerrar? Tão longe está de nós a poesia como nuvem nos rouba a luz do dia. Luis Filipe Castro Mendes