Tempos a cores, adolescentes
Quando penso na adolescência
Já não me importo muitas vezes
Sei bem que lá está e não foge
Ao crivo da memória
Houve tempos bestiais e outros mais calmos
Intranquilidades diferentes e iniciais
Tempos de construção intensa ou assim parecia
De apagar outros de lembrar mais tarde
Tempos de várias virgindades mais ou menos
Passadas
De ingenuidade e malícia
Pouco aprendida (digo a filtro)
Timidez de relevo incerto
Várias perguntas, mais vastas certezas
Dúvidas poucas mas bastante
Relevantes
Alguns atrevimentos bem-educados
Aventuras quinzenais
Livros para sempre
Momentos entre outros verticais
Excessiva preocupação com a roupa
Estudo não mais que o necessário
Dias de tentar privar com mais velhos
E querer impressioná-los
(por vezes agora o contrário, elementar
Meus caros)
Tempos a cores,
adolescentes
Tanto quanto me lembro
Estávamos todos muitas vezes
É bom lembrar
Rui A.
Publicado em 27 de Março de 2013