Castelos de fina areia
Queria que os nomes e todas as palavras que importam (mesmo todas, acredita),
Umas não mais que outras, certo, mas também todas essas, juntas e em forma de
Ideia, ou em castelos de areia fina, em altura mais ou menos cantada
Queria que esses nomes, esses tantos nomes,
E essas palavras essas tão cheias palavras
Tão cheias de nada
Trouxessem um dia um mapa uma fala uma ordem inversa
Um outro canto aos cantos da casa
Queria um lar um rio uma água
Uma transparência mais simpática
Um colchão de molas uma cozinha remodelada
Uma aparelhagem digna um bom espaço para livros e obras
Um amigo que escutasse e dissesse
Gosto tanto de ti, ai tanto que eu gosto de ti
Não te vás embora fica, não há nomes nem palavras mais que estas
Por mais que as digas e faças
Fica, fazes falta mesmo estando e faltas mais
Muito mais, amigo meu,
Mesmo com estas palavras e estes teus nomes
do que falta faz, amigo, toda
E qualquer
Poesia
Iremos um dia ver a música do alecrim
Rui A.
Publicado em 23 de Abril de 2013