Tantas palavras que não sei
Nas manhentas associações de horas cedo
pensava com seus múltiplos botões,
pestanas pretas,
como é distante o que permanece
- tão perto a noite do pequeno almoço
tão certo o fruto do seu caroço.
Já para não mencionar a sombra e os seus enganos,
bailarina encostada às tábuas do mil dito.
O silêncio tem tantas palavras que não sei
Há sempre um vocábulo mais para escrever a areia,
e,
no somatório de flores e cansaços,
estabelecer relevantes diferenças entre
muita cultura e plantar alfaces
é,
no que à felicidade concerne,
um dos mais fúteis passos
e mui razoável questão.
À falta de bons exemplos, bons versos,
e mancando por força um francês de excelência
(narcótico e fantástico charme),
pouco haverá como, digo,
na boca da tarde,
riar o Tejo
Rui A.
Publicado em 29 de Abril de 2013