Ordeno ao ordenador que me ordene o ordenado Ordeno ao ordenhador que me ordenhe o ordenhado Ordinalmente Ordenadamente Ordeiramente. Mas o desordeiro Quebrou o ordenador E eu já não dou ordens Coordenadas Seja a quem for. Então resolvo tomar ordens Menores, maiores. E sou ordenado, Enfim ‑ o ordenado Que tentei ordenhar ao ordenador quebrado. ‑ Mas ‑ diz-me a ordenança ‑ Você não pode ordenhar uma máquina: Uma máquina é que pode ordenhar uma vaca. De mais a mais, você agora é padre, E fica mal a um padre ordenhar, mesmo uma ovelha. Velhaca, mesmo uma ovelha velha, Quanto mais uma vaca! Pois uma máquina é vicária (você é vigário?): Vaca (em vacância) à vaca. São ordens... Eu então, ordinalmente ordeiro, ordenado, ordenhado, Às ordens da ordenança em ordem unida e dispersa (Para acabar a conversa Como aprendi na Infantaria), Ordenhado chorei meu triste fado. Mas tristeza ordenhada é nata de alegria: E chorei leite condensado, Leite em pó, leite céptico asséptico, Oh, milagre ordinal de um mundo cibernético! Vitorino Nemésio