Outras arruelas
Eram cantos e encantos em mares nunca
Antes navegados, cegos de luz e imagem
Eram tempos perdidos e oceânicos
Tempos de sapatos de velas
Tempos de outras fivelas e arruelas
Tempos de menos ilhas tempos de ter tempo
De jogar às escondidas tempo de encontro
No fundo de um poço que era outro poço
Onde se encontravam sapos ou não sei
Se era mesmo assim ou são estes tempos agora que
Fazem de mim
O que sou
Mas eram cantos e encantos tantos e tanto
Faz se eram tempos de vida ou tempos sonhados
Eram tempos de perguntas que esperavam resposta
E se alcatifavam na alma e tão bem que a cantavam
Mesmo se não sabiam
Nesse canto em que eram
E estavam
Rui A.
Publicado em 28 de Maio de 2013