não voltarás olhando as ruas na vidraça nua os zimbros da terra ocre moras secreta nestes barros tua flauta canta nas montanhas pedras e trepadeiras se enroscam perto do teu rosto e são de água sabes plantar o odor dos frutos tangerina limão pássaras orvalho a nervura das manhãs e o lume dos poemas quente metalurgia das palavras como ontem (tu eras morta) prolonga-te nestas mãos no maio das rotas de abril tecidas José Manuel Mendes