Dos teus mil raios, ou de um título menor
De vez em quando no escuro de algum café
Plantado em parte do chão
Há alguma leitura que acode e sugere que
(com raios mil):
É hora ou talvez seja de tentar
O Impossível
Que é hora de ser poeta, no passo iletrado dos passeios, nas campinas
de nenhures
É hora de ser possível ser agora
Hora de ser manhã ser noite e ser meio
Hora de ser mais que inteiro
Hora de ser tempo e artesão
Hora de ser segundo e ser primeiro
Hora de fazer e pintar os doces
com as cores da maçã
riscadinha, clara
E pequenina
A esperança não tem cor que se veja e que importa se sabes
(mas acho que sabes, e isso me importa;
nem tudo é ciência, nem tudo é sobretudo)
E fico sempre sempre sem saber, neste café ou em qualquer outro
que se atreva
Se és tu que te vestes de esperança
Ou se é a esperança que menina
se veste
de Ti
Rui A.
Publicado em 29 de Agosto de 2013