De vez em quando no escuro de algum café Plantado em parte do chão Há alguma leitura que acode e sugere que (com raios mil): É hora ou talvez seja de tentar O Impossível Que é hora de ser poeta, no passo iletrado dos passeios, nas campinas de nenhures É hora de ser possível ser agora Hora de ser manhã ser noite e ser meio Hora de ser mais que inteiro Hora de ser tempo e artesão Hora de ser segundo e ser primeiro Hora de fazer e pintar os doces com as cores da maçã riscadinha, clara E pequenina A esperança não tem cor que se veja e que importa se sabes (mas acho que sabes, e isso me importa; nem tudo é ciência, nem tudo é sobretudo) E fico sempre sempre sem saber, neste café ou em qualquer outro que se atreva Se és tu que te vestes de esperança Ou se é a esperança que menina se veste de Ti Rui A.