Como a ave mitológica, cada dia renasço das próprias cinzas. Reinvento o calendário para rea(s)cender a minha vida. Velho dilema: se cruzo os braços, fracasso; se avanço o semáforo, desapareço. Mas não sei se continuo como Sísifo sem sua doida roda-viva: ora pedra sobre os escombros de mim mesmo, ora aclive ressuscitado em constante desafio. Não resisto ao amanhã, mas estou perdido no ontem enquanto o presente me sentencia e descaminha. Enquanto não estendem a ponte tento fazer a catarse de um salto dialético impossível. Ronaldo Cagiano