Quando nasci tinha uma faca na mão. Dizem: é poesia. Mas peguei na pena, melhor ainda que a faca. Nasci para ser homem. Alguém soluça uma felicidade apaixonada. Dizem: é amor. Chama-se ao teu seio, simplicidade das lágrimas! Só contigo eu brinco. Não recordo nada e também nada esqueço. Dizem: como é possível? O que deixo cair mantém-se sobre a terra. Se o não encontro, tu o encontrarás. A terra me aprisiona, o mar me dilacera. Dizem: um dia morrerás. Mas dizem-se tantas coisas a um homem que nem sequer respondo. Attila József