Folha
Sou como aquela folha – olha –
naquele ramo nu, que ainda um prodígio
mantém presa.
Nega-me, pois. De tal não entristeça
a bela idade que te dá essa cor ansiosa
e em mim só se demora num ímpeto infantil.
Dize-me tu adeus, se pela minha parte o não consigo.
Morrer é nada; perder-te é que é difícil.
Umberto Saba, trad. David Mourão-Ferreira
Publicado em 18 de Novembro de 2013