Amigo do nazareno, mais aceitável é o dia da pena pela dor sua companheira, dor que não se deve perder, que não se deve esquecer sendo que nunca se esquece a Primavera durante o Inverno. Uma aproximação constante a algo mais amado, talvez uma loucura apenas, ou uma pobreza maior. Mas agora mesmo agora no meio desta roupa para estender, perceber um gelo preguiçoso que já não espera pela ressurreição, único possível resgate das angústias nossas... Pescador, do mar vem tudo, do mal vem cada mal e cada coisa, tu satanás e pedra, calosa verdade humana, ó pescador... que, se à noite, penso em ti, no que ficou da tua história da tua prece... Amigo do nazareno, o vento que agora sopra é quente como é quente o sangue que nos une, e nos torna iguais na vida expostos à sua prova. Além da fronteira fica apenas uma canção de uma coragem superior – no coração beleza não acumulável. Gabriel del Sarto, trad. Andrea Ragusa