Depois
"Se pietà di me non senti”
(Magdalena Kožená).
Uma toalha verde e amarela
sobre o extenso areal da praia.
A leve sombra das nuvens na água.
Um caderno com as folhas
viradas pelo vento.
As primeiras palavras
de uma canção lenta, patética
subindo de um transístor
encostado ao azul da mochila.
Os seios desenhados delicadamente
sob o fato de banho branco.
A tua voz.
Moradas onde o homem,
depois da hipótese do nada,
se recompõe.
Jorge Gomes Miranda
Publicado em 30 de Janeiro de 2014