Essa voz que deixei perder já não me procura; e nada será jamais tão simples e singular como aquela voz modulada e firme na sua insegurança, tão indefesa como estar vivo. Porque falo nisto agora? Desista de me ler quem busca um fio coerente, uma afirmação rotunda e concisa. Não tenho loja com essa mercadoria. Nem com mais nenhuma. Procuro apenas o som nítido de uma voz, entre todas as coisas que deixei perder. Procuro. Luís Filipe Castro Mendes