Não sou capaz de estranhas paixões e amo, como muitos, o vento forte que agita a roupa estendida nas cordas, as bicicletas ferrugentas de pneus furados esquecidas em garagens e arrecadações, a água fresca que mata a sede ao mais miserável dos homens. Mas se, como outros, amo os dias de intensa luz e o descuido dos pássaros no ar, ninguém ama como eu as estrias do teu ventre, a primeira casa de dois filhos. de todas as coisas prodigiosas que conheço são elas o que mais se parece com os rasgos abertos por um arado na terra crua deste mundo. Luís Filipe Parrado