Lá fora há sol. Não é mais que um sol porém os homens olham-no e depois cantam. Eu não sei do sol. Eu sei a melodia do anjo e o sermão quente do último vento. Sei gritar até de manhã quando a morte pousa nua na minha sombra. Eu choro debaixo do meu nome. Eu agito lenços na noite e barcos sedentos de realidade dançam comigo. Eu oculto cravos para escarnecer dos meus sonhos enfermos. Lá fora há sol. Eu visto-me de cinzas. Alejandra Pizarnik