Beckenbauer, Cristiano Ronaldo e Omar Khayyam
Pois sabendo escolher os dias têm muita coisa para oferecer
A quem passa, e a cada um o seu critério
Nem tudo são perdas,
mesmo considerando omarasmo de ventos mediterrânicos,
Ou de outros mares que os há muitos.
Exemplificando,
(se bem que não me aprazam os exemplos mais conformes
E as consagrações com uniforme)
Vinha há pouco de uma sessão de Omar Khayyam
Meio estonteado ainda com o poder das quatro linhas em Rubayat’s
De séculos tão adultos, o onze e o doze
(por aqui brincavam os cruzados com as gentes, é um prisma),
Que até parecem mais incríveis do que qualquer desses incríveis
Feitos que atordoam e de certa forma distraem o trajecto da manhã
(em ligeiro automóvel com rádio ou mais ou menos ergonómico
Transporte público, feito a jornal – este o caso irrelevante)
E pensava com alguns dos botões no poder e magia
das quatro linhas
E lembrei, à escala dos dias mais reconhecíveis
Que são no fundo dias nossos e por vezes os nossos dias
Da magia do Ronaldo, o Cristiano Ronaldo
(esse mesmo, o rapaz que veio da Madeira para o resto do mundo)
E que em quatro linhas tantas vezes plantou milagres
Com chutos e reviangas que a ninguém lembra.
Conversa puxa conversa, excluí logo o Messi do debate
(fanatismos)
E pensei ainda, no trajecto do autocarro,
Que escusado e meio parvo seria
Convocar ao texto génios de outras palestras
(tais como Bordalos e outros inovadores),
Melhor seria encontrar um fio à meada que eu próprio percebesse.
E lá veio o Beckenbauer, talvez pelo gosto de opostos
Unidos no génio,
Talvez porque o nome ajuda à imortalidade
Nas quatro linhas quatro que passeou na sua e minha idade.
Lembro que era um génio,
dos mais correctos entre os correctos que havia
(não lhe lembro um amarelo),
Altamente ponderado mas ainda assim diferente.
Dito isto puxaria sempre e sempre
pela Holanda – claro que sim,
que Omar Khayyam vive e sempre viverá
em mim.
Rui A.
Publicado em 13 de Maio de 2014