Pois sabendo escolher os dias têm muita coisa para oferecer A quem passa, e a cada um o seu critério Nem tudo são perdas, mesmo considerando omarasmo de ventos mediterrânicos, Ou de outros mares que os há muitos. Exemplificando, (se bem que não me aprazam os exemplos mais conformes E as consagrações com uniforme) Vinha há pouco de uma sessão de Omar Khayyam Meio estonteado ainda com o poder das quatro linhas em Rubayat’s De séculos tão adultos, o onze e o doze (por aqui brincavam os cruzados com as gentes, é um prisma), Que até parecem mais incríveis do que qualquer desses incríveis Feitos que atordoam e de certa forma distraem o trajecto da manhã (em ligeiro automóvel com rádio ou mais ou menos ergonómico Transporte público, feito a jornal – este o caso irrelevante) E pensava com alguns dos botões no poder e magia das quatro linhas E lembrei, à escala dos dias mais reconhecíveis Que são no fundo dias nossos e por vezes os nossos dias Da magia do Ronaldo, o Cristiano Ronaldo (esse mesmo, o rapaz que veio da Madeira para o resto do mundo) E que em quatro linhas tantas vezes plantou milagres Com chutos e reviangas que a ninguém lembra. Conversa puxa conversa, excluí logo o Messi do debate (fanatismos) E pensei ainda, no trajecto do autocarro, Que escusado e meio parvo seria Convocar ao texto génios de outras palestras (tais como Bordalos e outros inovadores), Melhor seria encontrar um fio à meada que eu próprio percebesse. E lá veio o Beckenbauer, talvez pelo gosto de opostos Unidos no génio, Talvez porque o nome ajuda à imortalidade Nas quatro linhas quatro que passeou na sua e minha idade. Lembro que era um génio, dos mais correctos entre os correctos que havia (não lhe lembro um amarelo), Altamente ponderado mas ainda assim diferente. Dito isto puxaria sempre e sempre pela Holanda – claro que sim, que Omar Khayyam vive e sempre viverá em mim. Rui A.