Os mortos também envelhecem Concluiu um dia José Arcadio Buendía (depois de o pensar), não duvidando que era quem via Prudencio Aguilar, o eterno desalento outrora morto às suas mãos, espécie de lanças lançadas como feras por um galo combativo e superveniente grave, e imprudente, insulto. Os mortos envelhecempois de há muito E muitos e muitas são as provas vivas De tão diária ocorrência Tantas vezes com lugar à mesa Como qualquer bom argumento Também este se presta ao contraditório Que com ou sem anos de solidão na mão Garcia Márquez Melquíades poisado no tempo (que perdeu recentemente a pouca saúde que tinha) segue vivo, ligeiro e sem idade, mais e mais Gabriel passados tantos anos. E em que ficamos? No meio de Amarantas e Rebecas feitas de amores e ódios (clara demonstração de como é tão cega e pouco própria a luta e a conquista que até a falta de carisma de um único indivíduo pouco relevante não mais revela, até ver, que o que mais importa é derrotar depois se vê se merece o homem que se guardem votos mais ou menos castos)? Abraçados a um castanheiro incendiando em latim a alma de um povo? Em que ficamos? Partimos, vamos, capitulamos? Continuamos, cem anos. Na busca das árvores que não encontramos Rui A.