As horas passam, pesam lentamente vazias de ti, cheias da tua memória. A tua ausência rompe o fio da minha história, isola como um fosso este presente. deixando-me indefeso e inocente entre a espada afiada da glória de ter-te amado ontem, e a ilusória esperança de amar-te eternamente. Não dirijo a minha vida, e o futuro apresenta-se inseguro, turvo, incerto. Atenho-me só a ti, que não te tens. Inclino-me sobre ti, débil muro das minhas lamentações: arruinado, aberto, fendido dique no qual me conténs. Ángel González