A degradação é o passaporte do vilão, A nobreza é epitáfio do nobre. Olha: como o céu dourado é inundado do reflexo das sombras torcidas dos mortos. Passada a época do gelo, Por que ainda há gelo em toda a parte? Já foi descoberto o Cabo da Boa Esperança, por quê mil velas ainda competem no Mar Morto? Eu vim para este mundo trazendo apenas papel, corda e sombra, para anunciar antes do julgamento a voz que tenha sido julgada: Tenho de te dizer, mundo, Eu-não-acredito! Mesmo que haja mil desafiantes a teus pés, conta comigo como o milésimo primeiro. Não acredito que o céu seja azul; Não acredito em ecos do trovão; Não acredito que os sonhos sejam irreais; Não acredito que a morte não seja retaliada. Se o mar é destinado a quebrar os diques deixa que todas as águas amargas me encham o coração; Se o continente é destinado a crescer deixa a humanidade optar por outro pico da existência. Novas mudanças e estrelas a brilhar estão a adornar o céu sem obstáculos; São pictogramas de cinco mil anos. São os olhos atentos das gerações futuras. Bei Dao