Um poema é lastro. Fá-lo sucumbir. Podes demoli-lo, se antes de acabares Sob a parte já escrita, uma bomba, Um mina final, armadilhares. Acende já a mecha. Pio desejo. Não há bomba nenhuma. E com empenho Tens de encher o poema até à meta Só após um slalom verá o engenho. Por que é que, então, não paras já aqui? Não mexas mais. Tens de to impedir. Estás ainda a tempo. Mas já a mão foge. Um poema quer-se perfeito para não existir. Gerrit Komrij