Em nome dos casulos e das sombras ergui perto da noite uma longa casa fechada. Inventei-lhe desculpas e segredos, fiz-lhe um passado de jarras e janelas e esperei que morresse sem dor alguma flor que persistisse em cada dia. E é só pelo desenho da rua na parede que sei da vida e das suas recusas, nem já o tempo se atreve a acordar os deuses com dedos de romã que dormem na soleira deste Outono. Ivone Mendes da Silva