Com a sua pele de poço, pele comprometida com o medo que no fundo fede e a que, digamos, toda ela adere de uma forma resoluta, dir-se-ia que se engancha, se pendura, o branco da memória a alastrar pelo corpo, um branco tão branco como o das noites em branco e sobre o qual a idade, exorbitada, hiante, se insinua, pensos, ligaduras, impregnados de memória, uma memória onde fulgura a lava dos sentidos que entram em actividade e lhe disputam os dias idos, assim ergue a balança, onde sustém o abismo. Luis Miguel Nava