Eu não procuro nada em ti, nem a mim próprio, é algo em ti que procura algo em ti no labirinto dos meus pensamentos. Eu estou entre ti e ti, a minha vida, os meus sentidos (principalmente os meus sentidos) toldam de sombras o teu rosto. O meu rosto não reflecte a tua imagem o meu silêncio não te deixa falar, o meu corpo não deixa que se juntem as partes dispersas de ti em mim. Eu sou talvez aquele que procuras, e as minhas dúvidas a tua voz chamando do fundo do meu coração. Manuel António Pina