eu não quero concordar com beckett ou com tudo o que morre em metáforas. há algures um contrato de não discrepância entre aqueles que pensam e aqueles que sonham. eu poderia até concordar com vinícius ou manoel de barros, quem sabe com jovens poetas como ricardo domeneck ou ben clark. mas não. hoje não. não esta noite. esta noite há um sorriso artesanal que sustenta por um lado a minha falsidade, por outro a minha verdade. há uma vontade expressa entregue às traças e predilecções no seu mapeamento sem regras. há uma cabeça que faz 360º. eu não quero concordar com qualquer poeta que amplifique o mundo. o que eu quero é conseguir dizer-me do tamanho que sou. que sou assim desordenada, com aquilo que um dia chamei de prática do meu desconserto, com o ínfimo branco de uma folha que apaga as palavras. mas afinal: o que são as palavras? Sylvia Beirute