No obscuro as mãos e só as mãos, as puras extremidades da matéria, as graves e silenciosas, deambulantes formas, as flores estranhas que pela noite sobem com o seu peso de amargura e esperança, modelando um sopro, um hálito, uma leve flutuação da luz que é o suporte da alma gasta pelas horas lentas. No obscuro as mãos, trémulas, vivas, asas buscando o corpo e o espaço, densas flutuando, o reprimido voo erguendo além dos olhos até onde um toque subtil desgarre a fonte oculta, o resplendor de um rosto. José Terra