Como os buracos de um crivo, apertadas, As filas de janelas; empurrando-se, As casas tocam-se de perto, erguendo-se Pardas e inchadas como estrangulados. Engalfinhadas umas nas outras vejo No carro eléctrico as duas fachadas De gente, descarregando olhares, caladas, E cresce o emaranhado do desejo. As paredes são finas como a pele, Todos me ouvem quando choro, ou então É como um berro a conversa ciciada: Emudecidos, em caverna fechada, Sem ninguém que lhes toque, olhe para eles, Todos estão longe e sentem: solidão. Alfred Wolfenstein, trad. João Barrento