A escorrer das mãos
Hoje o mar apanhou-me totalmente descalço
nos teus braços salgados,
nos teus olhos finos
Cantavas e passeavas-te com a areia a escorrer das mãos
numa echarpe azul violeta
Contei-te uma estória e tapavas os ouvidos
não houve tempo para outros risos
e rimos da imperfeição das coisas
Hoje o mar segredou-me ao ouvido todos os teus búzios
Um pouco mais tarde
(sei que era tarde),
Parti os relógios que encontrei
Rui A.
Publicado em 20 de Fevereiro de 2015