A primeira luz
Não tem a terra nada mais belo para mostrar
Pobre de espírito seria aquele que pudesse ignorar
esta visão tão comovente na sua majestade
Como um traje veste agora esta cidade
a beleza da manhã. Silenciosas e nuas
torres cúpulas navios teatros catedrais a prumo
erguem-se no céu e estendem-se pelas ruas
brilhantes e reluzentes no ar sem fumo
Nunca o sol se ergueu com tanta alma
por sobre vales rochedos e colinas
nunca vi nunca senti uma tão profunda calma
O rio desliza consoante o seu desejo
Meu Deus o casario parece que dorme
Dorme também aquele coração enorme
Wordsworth, trad. Jorge Sousa Braga
Publicado em 4 de Fevereiro de 2015