Passam por nós os anos, ígneos pássaros apressados, e caem muitas penas Passam por nós os anos: são cavalos nervosos frente aos toiros nas arenas Mas não envelhecemos sempre esperançados na juventude eterna que não deixa marcas Estamos marcados desde que nascemos, transviados por onde não há estradas: somente caminhadas sem sair de becos, miragens de desertos nos confins das ilhas Passam por nós os anos e só fica um sulco que se fecha na memória em ferida António Barahona