De(s)encontros
Pois estas coisas de não te amar muito nem pouco
há que as saber aceitar com o calor que nos resta
Os dias são frios, ambos sabemos
E a bela realidade de ser amigos e sermos,
não a desaproveitemos.
Nas linhas que temos, acho que é uma forma amável de ser doce
e podemos tê-la ainda
e sempre
Destas coisas de não te amar muito nem pouco
Guarda os momentos sinceros que tivemos e teremos
Nunca te quis enganar e a honestidade,
a honestidade é um bem maior que qualquer mágoa
(soa bem, não soa?)
E se acaso estás triste e meio zangada
não te zangues comigo, se puderes.
Nunca te quis magoar mas peço as desculpas que quiseres
- sempre soubemos ser para lá do orgulho
Olha, menina, há pontes ainda e ainda há remos,
e a vida é assim mesmo, mãe madrasta e filha.
E o passado, o passado faz-se
Todos os dias
Além disto, não tão pouco como sabes fortemente
(e tão forte és tu sempre ou quase sempre),
Algum desportivismo só nos faz bem e fez bem sempre.
Se um dia emigrar (não creio, que a juventude se tornou forma de estar)
não rasgues os meus postais, destampa os selos
Que isto não é só estar aqui
E não te zangues, menina – e não só comigo
(por vezes sou meio estupor, bem sei, e por culpa também minha, mas)
Tantas vezes nos recuperamos
nas partes de nós que perdemos.
Soa bem, não soa?
Calo-me, agora, por fim.
Da história, que é longa,
falem os historiadores.
Rui A.
Publicado em 21 de Fevereiro de 2015