a noite de escuros voos apanhou-me com a cabeça acesa numa teia de tinta é sempre uma mentira existir fora daquilo que está no fundo de mim abro o livro das visões e uma cidade são todas as cidades trituradas na memória calcinada do homem nómada canto ó resplandecentes águas ó murmúrio quieto das areias um pulso que se abre e estremece violento ó dor da árvore ó surdo ruído do coração onde a seiva das bocas brilha derramando-se sobre o corpo que na asa do migrante pássaro navega ávido de mundo e desolação. AL BERTO