(gentileza de amigo que cultiva a discrição) Sávio, por tua causa começam a acontecer coisas estranhas comigo tenho medo da Europa e quero visitar-te ir ao Ceará e bebermos um chá de limão como deve estar quente Fortaleza quero sair daqui apanhar o primeiro avião e partir estou sem paciência para as alcoviteiras do meu quarteirão chega de saber quem morreu, enviuvou ou tem corno quero beijar a tua unha amarelada pelo vício do tabaco sem ti perco os dias, esqueço-me de comer e o meu sono é pouco tenho ensaiado perto do laranjal de minha casa o nosso provável diálogo, quando me vieres buscar ao aeroporto com os teus ray ban diz-me a que horas pensas em mim para eu atrasar o relógio da cozinha caí no ciclo esquisito de te ver em todas as coisas na chanata esquecida no passarinho verde ou no carteiro Sávio, querido, espero por ti no aeroporto com os cabelos soltos como dita a natureza do primeiro encontro Pedro Craveiro