Adivinham-se tempos difíceis: a obsessão apoderou-se das tribos; uma vírgula pode ser um crime, a ameaça esconde-se numa frase incompleta. Os jornais encheram-se de notícias peregrinas, os editoriais ponderam. Murmura-se nas fileiras, a especulação prospera. Com um salário que é como mau tecido, depois da primeira lavagem, o funcionário público poupa na fruta, no tabaco, no queijo. Amanhã, de comboio, a História enfrentará o seu destino, ou, pelo menos, uma cópia que levará tempo (medido em lustros) a rasurar. José Alberto Oliveira