Foi quando senti a tua nudez mais perto que um cais aqueceu o meu corpo. Foi quando tentei cantar teus olhos perdidos que a imensidão da tua boca se fechou. Foi quando louco e escorraçado do teu barco que as águas do oceano vieram percorrer com violência o silêncio da tua partida. Foi quando vindo do infinito da tua pele inundada que as minhas verdades se desmoronaram e dissidentes se perderam no equilíbrio da tua recusa em seres um pântano. Foi quando no meio de um matagal de vozes a minha se exasperou na fervura de tantos olhares. Foi quando os fragmentos de um mundo irónico e doente de sonho matou de morte o prazer das veias. Foi quando uma tarde perdida no tempo a inconstância quis correr mais forte e viscosa, secreta de raiva, ainda mais sofrida de fogo que a frescura da razão caiu em mim calada e triste, o absoluto da solidão me trespassou como se fosse um punhal doce. Américo Teixeira Moreira