Vejo a montanha à minha frente pousada Sobre a água sempre verde, e penso na inutilidade De tudo o que ela é, e na inutilidade de estar pensando nisto, Quando um pensamento inútil me sugere Que a montanha pode ser Um pormenor pensado por ela Na paisagem do meu próprio pensamento, para Com isto me levar a pensar sobre pensamentos, E não sobre montanhas, ficando ela, como antes, Pousada na água sempre verde, sem ser Pensada por ninguém. Rui Costa