Saúda, por mim, Abg Bakr, Os queridos lugares de Silves E diz-me se deles a saudade É tão grande quanto a minha. Saúda o palácio dos Balcões Da parte de quem nunca os esqueceu. Morada de leões e de gazelas Salas e sombras onde eu Doce refúgio encontrava Entre ancas opulentas E tão estreitas cinturas! Mulheres níveas e morenas Atravessavam-me a alma Como brancas espadas E lanças escuras. Ai quantas noites fiquei, Lá no remanso do rio, Nos jogos do amor Com a da pulseira curva Igual aos meandros da água Enquanto o tempo passava.. E me servia de vinho: O vinho do seu olhar Às vezes o do seu copo E outras vezes o da boca. Tangia cordas de alaúde E eis que eu estremecia Como se estivesse ouvindo Tendões de colos cortados. Mas retirava o seu manto Grácil detalhe mostrando: Era ramo de salgueiro Que abria o seu botão Para ostentar a flor. Al-Mu’tamid, trad. Adalberto Alves